Conferência da ONU para as alterações climáticas

Transição energética, Cascais na linha da frente

Cascais acaba de ser reconhecida na COP 27, conferência da ONU para as alterações climáticas, como uma das 50 cidades mais inovadoras em todo o mundo pelas suas políticas de transição energética e ação climática e pelo seu contributo para a ciência do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas da ONU.

A 14 de novembro de 2022, na COP 27, que decorreu na cidade egípcia de Sharm-El Sheikh, Cascais foi apresentada como uma das 50 cidades selecionadas pelo programa “Missão de Aceleração da Transição Urbana”, dinamizado por um consórcio de 23 governos nacionais e a União Europeia. A este consórcio juntam-se ainda parceiros como o Grupo Banco Mundial e o Fórum Económico Mundial.

Esta “Missão Global” para as cidades tem como objetivo reforçar a adoção de novas tecnologias energéticas e soluções de baixo carbono para prosseguir com as políticas centradas na descarbonização nas diversas frentes (energia, mobilidade, resíduos e recursos hídricos). Um contributo significativo para a implementação do Acordo de Paris.

Este grupo restrito de municípios trabalhará em parceria para encontrar as melhores soluções de “carbono zero” com base em inovação tecnológica, modelos de governança para fomentar o mercado de energias renováveis, o uso racional de água e soluções de mobilidade.

Esta ação conjunta prevê ainda o forte envolvimento dos respetivos governos nacionais e, no caso de Cascais, da própria União Europeia para acelerar a adoção das ações transformativas e o acesso a programas exclusivos de financiamento.

Simplificar para agir

Cascais teve ainda um importante contributo para a ciência do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas (IPCC) através de um relevante contributo para a redação do primeiro “Sumário para os Decisores Urbanos” integrado no Sexto Relatório das Alterações Climáticas do IPCC. Neste documento redigido em quatro volumes distintos, os líderes globais da ciência climática e os consultores de 50 cidades provenientes de todas as regiões do mundo, apresentaram uma síntese conclusiva com orientações dedicadas ao planeamento das cidades nos cenários regionais das alterações climáticas.

Este contributo permite assim “destilar” a densa e por vezes imperceptível linguagem científica em conceitos e métodos para ajudar as cidades (técnicos, decisores, parceiros sociais e mesmo as famílias) a adotar soluções de adaptação e mitigação às alterações climáticas que contribuam de forma mais célere para a resiliência e a transição energética enquanto, simultaneamente, reduzem os riscos da inação.

Estratégia local para as alterações climáticas começou em 2010

Desde 2010, com a apresentação da primeira estratégia local para as alterações climáticas, que Cascais se tem desdobrado em parcerias internacionais para conhecer as melhores práticas e captar investimento internacional. Agora, com o próprio reconhecimento do IPCC, daremos um novo passo rumo à resiliência e neutralidade carbónica dentro dos desafios apresentados na COP de Paris.